Comunista não entra <font size=-0,5>(2)</font>

Há elementos objectivos que deviam nortear quem é responsável pela transformação de acontecimentos em notícias – os órgãos de comunicação social. Um deles é o impacto que cada um tem, seja enquanto acção concreta, proposta ou simbolismo.

A solução política actual tem sido pródiga em notícias de acções simbólicas e os dias que rodearam o 42.º aniversário da Revolução de Abril foram exemplo disso. Na noite de sábado, 23, Catarina Martins esteve no Porto e foi ver o trabalho de uma associação que apoia sem-abrigo da cidade.

A porta-voz do Bloco de Esquerda foi levar a proposta de relançamento de uma estratégia de inclusão de pessoas sem-abrigo e um conjunto de outras propostas. A acção resultou num acompanhamento mediático apreciável: três quartos de página no JN, peças superiores a minuto e meio na TSF e Antena 1, e destaque nos noticiários das 13 horas das três televisões com uma média de dois minutos. Da declaração da dirigente bloquista resultam propostas, algumas já aprovadas, mas nenhuma em concretização.

Poucos dias depois, a 27 de Abril, o Secretário-geral do PCP esteve numa estação do Metro de Lisboa com reformados daquela empresa e da Carris a assinalar o dia em que foi concretizada uma das medidas previstas na Posição Conjunta que o PCP firmou com o PS. Finalmente os reformados daquelas empresas públicas voltaram a receber os complementos de reforma roubados pelo anterior governo.

Nesta acção assinalou-se uma realidade já concretizada. Desde Outubro de 2013 que os reformados do Metro lutavam pela reposição de um direito, sempre acompanhados pelo PCP. E por isso Jerónimo de Sousa lá esteve com eles nesse dia 27, como esteve outras vezes durante os últimos 27 meses.

O valor noticioso que tem a concretização de um dos pontos que permitiu a actual solução política é suficiente para que seja destaque e tenha um tratamento mediático adequado. Mas à excepção de uma peça de minuto e meio na Antena1, não houve notícias sobre o tema. Ou seja, a acção do PCP com os reformados do Metro e da Carris não só não foi notícia, como o facto em si passou ao lado de quase todos os meios de informação.

Aqui vemos mais uma vez que o problema da discriminação do PCP na imprensa portuguesa não tem nada a ver com ocasião, com falta de propostas ou com marketing. É que existem duas medidas para medir quanto vale um acontecimento como notícia: se tem comunistas vale menos. A menos que sirva para deturpar a história ou a posição do PCP, como o autêntico fumo sem fogo que o Expresso fez da saga sobre os «arquivos Mitrokhin».

PS: O mesmo Expresso, no jornal do último fim-de-semana, noticiava que Marcelo Rebelo de Sousa tinham encontro marcado com Malangatana durante a sua visita a Moçambique. Como desta vez o despautério foi longe demais, porque o pintor moçambicano faleceu em 2011, lá tiveram que se retratar. É este o semanário português que se diz «de referência».

 



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